quarta-feira, 7 de julho de 2010

Private Lives

Esse capítulo de Dr. House poderia dar uma discussão ferrenha entre comunicadores e estudiosos da internet 2.0.

A paciente tinha/tem... enfim, um blogque é pessoal, do tipo "meu querido diário". Expõe tudo o que ela faz. Põe, inclusive, diálogos com quem quer que seja. Se conversou com ela, pode estar na página. Na "verdade", nem é preciso conversar com ela, basta ela pensar sobre.

Isso pode parecer trivial. É normal hoje em dia. Eu até queria que meu blog fosse assim, mas não tenho coragem/falta de juízo para isso.
Coragem de se expor.
Falta de juízo por se expor.
Mas, quando nos expomos ( quanto mais melhor) pessoas acabam criando empatia. E na internet, onde tudo se prolifera muito rápido é só linkar em outra página que mais pessoas aparecem na página linkada. Sugestões de amigos são sempre super aceitas e assim a net cria o poder viral.
O poder viral cria possibilidades de inúmeros contatos. Por exemplo, um personagem delineou o fato de logo depois de um postagem ela ter recebido um comentário. Nele a uma mulher dizia querer doar-lhe um órgão. E nem era do mesmo país!

Então , valel se expor?

Se fosse no caso de um sequestro. Ok, menos trágico... Se o cachorro dessa mulher tivesse sumido, ela teria seu próprio exéricito de procura.
Fazer um blog pode ser uma ser uma atividade de diário+coisas que se gosta. É normal.

Mas essa mulher era simplismente vivciada. Ela necessitava de comentários para levar a vida adiante. A net era o guru pessoal. Ela faia uploads para seu "deus da web, que tudo pode resolver e era influenciada pelos outros blogs que visitava.

Esse episódio foi repleto de frases perfeitas para citação. Enquanto eu assistia, ia twitando. Aliás, o twitter serve muito bem como bloco de notas para pequenas frases ou links.
Se essa personagem gostasse de twitter ia ser bem mais estranho.
Aí sim, o caos ia reinar.

Taub foi o primeiro que botou para abalar falando que privacidade é um conceito moderno. A uns anos, as cidades eram pequenas demais e ninguém conseguia guardar segredos sobre a rotina.
As pessoas estavam conectadas umas com as outras.

Hoje, temos as aldeias digitais.Cada um no seu quadrado, twitando, blogando, no msn, passando e-mail...

Houve uma cena muito estranha. A paciente e uma amiga estavam no quarto, cada uma blogando na devida página e, concomitantemente, lendo  a da outra.
Essa cena foi tão moderninha.
Não... essa cena foi tão pós-moderna!

Uma discussão sobre dicas que um paciente pode dar no blog sobre a doença sentida também poderia ser tirada desse episódio.

Paralelo a discussão sobre privacidade/internet, os comentários que se passaram dentro da equipe foi de como a aparência influencia na vida das pessoas. No caso do Chase, para melhor.
E de como o passado pode te condenar, no caso do Wilson. Então, #ficaadica, se quiser ser uma pessoa séria, muito séria no futuro, fique longe das câmeras do povo de cinema.

Para terminar de forma bombástica, uma frase para refletir.

"Isso o que vc faz nao é mais sobre ligaçoes, é sobre audiência. É uma perfomance e vc fica de olho no numero de visitas.Transformou nossas vidas em entretenimento deles."


Enquanto House diz,
Conexões são para aeroportos. Para pessoas existem mais de 300 canais de tv a cabo." 


De qualquer forma as pessoas estão se isolando. 
Cadê a praça, o dominó e a cachaça?


Agora eu termino essa pseudo-conversa com você.
Até a próxima.

1 comentários:

Entre Tantos disse...

Explendido post Geanne...Tudo nesse episódio foi totalmente pós-moderno!!E real...muitas e muitos vivem mais em seu mundo virtual que no mundo mesmo!! O caso dessa mulher foi apenas mais um entre tantos que temos por aqui e por acolá.Estamos presa nessa aldeia...Conconrdo plenamente quando vc fala do twitter se essa criatura tivesse um twitter como seria? Seria como eu?hauhauha...Que estou quase me viciando...se estou em algum lugar e vejo algo interessante ou não...penso logo em postar no twitter.Isso é a vida e o que estamos fazendo dela...A personagem fez de seu relacionamento com o marido e da sua doença um espetáculo para seus leitores ...iria morrer se tivesse ido de acordo com o que a maioria dos seus leitores queriam.E como ficaria?